Na próxima terça-feira, 13 de maio, o Cine 104 apresenta a primeira sessão de mostra dedicada ao cinema de BH. Com a proposta de conceder visibilidade a produtores independentes de curtas e longa-metragens realizados na cidade ou por cineastas moradores de Belo Horizonte, o evento é uma iniciativa importante para a divulgação de filmes contemporâneos.
A estreia do projeto, que ganhou o nome de Cine 104 Mostra: o cinema de BH, Daniel Queiroz, programador da sala, selecionou quatro curta-metragens que ainda não foram exibidos nos cinemas de BH, são eles: O Século e Rua de mão única, de Cinthia Marcelle e Tiago Mata Machado; Não estamos sonhando, de Luiz Pretti e O Porto, de Clarissa Campolina, Júlia de Simone, Luiz Pretti e Ricardo Pretti.
Realizado em 2013, “O Porto” foi feito em produção conjunta da Anavilhana +Teia, Alumbramento, Toada Filmes e Mirada Filmes. Outro destaque da programação, a obra “Não estamos sonhando”, tem a direção de fotografia assinada por Clarissa Campolina.
A sessão tem entrada gratuita e contará com a presença de Clarissa Campolina, Luiz Pretti e Tiago Mata Machado que, após a exibição dos curtas, participam de um bate-papo com o público presente.
“São filmes que guardam uma relação entre si, ao abordarem de diferentes formas questões relacionadas aos processos de transformação pelo qual nossas cidades estão passando. O Porto é sobre a mudança que acontece na região do porto, no Rio de Janeiro, com as obras para as Olimpíadas. Não Estamos Sonhando aborda o processo acentuado de verticalização de Belo Horizonte (mas poderia ser de muitas outras cidades brasileiras, como Recife, em que os prédios tem sido personagens frequentes do cinema contemporâneo de Pernambuco). Os filmes da Cinthia Marcelle e Tiago Mata Machado tem uma abordagem um pouco diferente, com uma narrativa mais fluída que joga com o rigor dos enquadramentos, em especial com o que não se mostra, com o que está de fora do quadro, mas dialogam de forma bem interessante com os outros dois curtas. Vistos em conjunto, estes filmes abrem uma rica possibilidade de debate sobre a nossa realidade. Para além da reflexão, das ideias em jogo, estes filmes se colocam também como importante ação política, exacerbando o potencial de uma arte crítica, em sintonia com o seu tempo, comenta Daniel sobre a seleção dos filmes.